Reunir uma década de dados precisos de medição é um grande feito. Mais inimaginável ainda é fazer isso por meio de um robô viajando pela superfície de um planeta inóspito, a 140 milhões de milhas de distância da Terra.
Embora seja um feito quase inacreditável, há dez anos o Mars Science Laboratory (MSL) ‘Curiosity’ da NASA pousava no planeta Marte. Desde então, o rover Curiosity coleta continuamente dados de medição ambiental, encantando cientistas de todo o mundo.
De acordo com Madjid Ouali, Diretor da Vaisala para América Latina e o Caribe, algumas das peças mecânicas do rover mostram sinais de desgaste devido às condições ambientais muito desafiadoras em Marte, mas os sensores de medição ainda estão fortes, fornecendo dados exclusivos e superando drasticamente a previsão de tempo inicial da missão, que era de dois anos.
“Dentre as medições mais importantes estão a umidade e a pressão – parâmetros medidos por sensores fornecidos pelo Instituto Meteorológico Finlandês (FMI), usando tecnologias de medição da Vaisala”, afirma Ouali.
Sobre Marte
Marte é um planeta inóspito, frio, com uma atmosfera muito rarefeita. Segundo a especialista, a temperatura média é de cerca de -63 °C, mas já foram registradas altas temperaturas diurnas da superfície, de +35 °C.
“Do ponto de vista da pesquisa, Marte oferece uma oportunidade para entender melhor a forma como a Terra evoluiu e como o planeta pode mudar no futuro. A pergunta que se faz é se Marte e a Terra eram úmidos e quentes há alguns bilhões de anos, por que seguiram caminhos tão diferentes?”, questiona Ouali.
Depois da Terra, Marte é o planeta mais monitorado e, dadas as semelhanças entre os dois , os dados coletados até o momento permitem aos cientistas aplicar modelos meteorológicos terrestres no ambiente marciano.
O rover Curiosity, por ser um equipamento móvel, funciona como uma estação meteorológica em vários locais. “No ‘pescoço’ do rover, cerca de 1,5 m acima do solo, o MSL Curiosity REMS contém os sensores de pressão e umidade Vaisala/FMI, bem como sensores para medição de temperatura, vento e radiação UV.
O REMS foi projetado para operar com energia extremamente baixa e em uma faixa de temperatura de -130 °C a +70 °C. As medições são feitas por pelo menos 5 minutos a cada hora, em cada dia marciano. Esses dados permitem que os cientistas da missão na Terra forneçam relatórios diários e sazonais sobre as condições meteorológicas ao redor do rover, explica Ouali.
Além dele, o mais recente rover da NASA em Marte, o Perseverance, também está viajando pela superfície de Marte, fazendo medições com tecnologias da Vaisala. A cerca de 2.000 km de distância, os dois rovers estão lançando as bases para uma rede de observação atmosférica, necessária para entender e prever melhor o clima marciano.
Desempenho de outro mundo
É difícil imaginar condições mais desafiadoras do que as experimentadas pelos sensores a bordo dos rovers da NASA, tanto durante o voo quanto durante a exploração da superfície do planeta. Além das enormes variações de temperatura e pressão, os sensores também precisam tolerar poeira espessa e níveis de vibração muito altos.
“Nossas tecnologias de medição implantadas no Curiosity e no Perseverance são essencialmente as mesmas utilizadas diariamente em quase todos os setores da Terra, embora a Vaisala tenha feito uma pequena modificação no sensor de pressão, para acomodar as faixas muito baixas experimentadas em Marte”, comenta Ouali.
A empresa tem investido continuamente em pesquisa e desenvolvimento de produtos, impulsionada pela curiosidade científica e apoiada por conhecimento e experiência internos.
Para Ouali, essa é razão do desempenho de um sensor literalmente de outro mundo.
A Vaisala e o FMI trabalharam juntos em vários outros projetos, incluindo missões de pesquisa interplanetária, como a sonda Cassini Huygens que, em 2005, pousou em Titã, a maior lua de Saturno, e a sonda Phoenix, que pousou com sucesso em Marte em 2008.
Encontrar respostas para questões fundamentais
Em uma base puramente científica, os humanos são naturalmente curiosos e querem saber mais sobre o mundo e sua origem. No entanto, esse conhecimento serve a um propósito maior do que apenas o de satisfazer a curiosidade: ajuda a proteger a raça humana e o meio ambiente.
“Se pudermos entender como os planetas se formam e evoluem, seremos mais capazes de prever e mitigar fenômenos espaciais, como a destruição planetária, a colisão com asteróides, a extinção em massa ou as condições que podem tornar a Terra inabitável”, ressalta Ouali.
Os cientistas já sabem que Marte ofereceu condições favoráveis à vida no passado, agora querem investigar se a vida microscópica existia naquela época, ampliando a compreensão de como os organismos vivos surgiram na Terra, para, quem sabe, um dia desvendar como a vida começou e de que é feito o universo.
Sobre a Vaisala
A Vaisala é líder global em medições climáticas, ambientais e industriais. Com mais de 85 anos desde sua fundação, a empresa é uma parceira confiável para clientes em todo o mundo, oferecendo uma gama abrangente de produtos e serviços inovadores de observação e medição.
Com sede na Finlândia, a companhia emprega mais de 1.900 profissionais globalmente e está listada na bolsa de valores Nasdaq Helsinki. A Vaisala é também uma das poucas empresas que oferecem tecnologia em mais de um planeta: o Rover Curiosity está equipado com sensores de pressão e umidade da Vaisala, para análise da superfície atmosférica de Marte.
Para mais informações, visite https://www.vaisala.com/pt e www.vaisala.com/space. Twitter.com/VaisalaGroup / Linkedin.com/Vaisala