Com inspiração no folclore brasileiro, Bruno Lima se propõe a narrar uma terror leve com reflexões sobre assuntos reais.
Bruno Lima estreou no meio literário com “A canção da Lamúria”, o livro foi lançado em novembro do ano passado durante a Festa Literária de São Paulo 2020 pelo Grupo Editorial Coerência. Inspirado no folclore brasileiro, ele se propõe a narrar uma história de ficção que transita entre a fantasia e um terror leve que levanta reflexões sobre problemas reais e atuais.
Racismo, relação entre patrão e empregado, machismo, a realidade dos povos indígenas e entre outros assuntos são abordados por meio de uma narrativa sutil: “Os leitores estão gostando da ideia, a maioria relata que a mistura entre o folclore e os problemas dos personagens inovou a fantasia nacional”, disse o escritor.
A história é ambientada na fictícia Rosa Vermelha, uma cidade pacata que vira palco de eventos estranhos após dona Clara ter uma gravidez tardia e solicitar que João busque os olhos de um búfalo, no caso, o qual Afonso, o dono da fazenda, tem como estimação. A ideia é utilizar os olhos do animal para uma sopa, mas ao ser informado pela trágica notícia, o fazendeiro recorre a Eranê, o poderoso xamã de uma aldeia indígena, para financiar uma dívida antiga.
É por meio dos eventos que Bruno Lima coloca os personagens da história de frente para os seus maiores medos, assim, levantando as reflexões sobre problemas que alguns leitores podem se identificar.
O folclore brasileiro é pouco explorado por escritores no mercado editorial brasileiro, e apesar de não ser uma história sobre as lendas e mitos, a obra está ganhando espaço nas estantes dos leitores nacionais. “A canção da Lamúria” foi indicado ao Coerência Choice Awards 2020 como Melhor Terror.
Sinopse
Na fazenda Búfalo Celestial, dona Clara enfrenta as adversidades de uma gravidez tardia. Quando um desejo insaciável e inusitado toma conta de seus pensamentos, ela pede a João que busque os olhos de Afonsinho, um dos melhores búfalos de sua criação. Mesmo sabendo que o búfalo escolhido se trata do animal de estimação de Afonso, seu patrão, o capataz consegue o ingrediente principal para a sopa da patroa.
Assolado com a notícia, Afonso recorre a Enarê, o poderoso xamã de uma aldeia indígena, exigindo o pagamento de uma dívida antiga. É então que Rosa Vermelha, uma cidade que costumava ser pacata, vira palco de eventos estranhos. E seus habitantes, pessoas com características tão diferentes, terão de encarar seus medos para investigar as criaturas misteriosas que começam a surgir se quiserem voltar a viver em paz em seus lares.
Biografia
O autor desta obra prefere não investir em linhas sobre suas realizações, façanhas ou história de vida inspiradoras. Mas, caso esteja curioso, Bruno Lima sempre quis ser um escritor, e encontrou nas histórias que ouvia da avó estímulo para seus escritos.
Além disso, tem o hábito peculiar de manter um caderno e uma caneta ao lado da cama para, ao acordar, escrever acerca de seus sonhos, o que trouxe mais motivação para criar A canção da lamúria. Na verdade, boa parte do livro foi escrita após o autor conhecer em sonho o que aconteceria na história.